Paloma Saavedra e a cobertura do funcionalismo público

16/11/2021
Reprodução - Linkedin
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Paloma Saavedra, jornalista da Coluna do Servidor do Jornal O Dia, compartilhou conosco sobre o cotidiano na Coluna e os desafios da profissão. Confira a entrevista abaixo sobre o tema.

Qual o objetivo da Coluna?

O objetivo da coluna é apresentar e aprofundar a cobertura diária sobre o tema que envolve o funcionalismo público. Levar informações bem apuradas, de qualidade e, sobretudo, de interesse do servidor - para quem o jornal dedica esse espaço. Por exemplo, anunciar pagamento de salário antecipado, novidades sobre benefícios, informar quando um projeto de lei está sendo enviado ao Legislativo para mudar a vida dos servidores, acompanhar votações sobre esse tema. E, claro, ser também um porta-voz desse público.


Como funciona o dia a dia da coluna?

O dia a dia consiste no acompanhamento das ações diárias do governo e do Legislativo que refletem na vida do funcionalismo, a partir da leitura de Diário Oficial; de conversas com os líderes sindicais e demais servidores - neste caso, de todos os Poderes (incluindo Judiciário) e instituições, como MP, Defensoria e TCE - para ouvir as demandas e os relatos do que vem acontecendo; de contatos com fontes para apurar os bastidores sobre o que é planejado em termos de iniciativas e políticas públicas que contemplem os servidores; de visitas presenciais à Alerj e à Câmara de Vereadores, onde há muitos parlamentares voltados a esse tema.

Qual o público alvo da Coluna?

Como o jornal é no Estado do Rio, o público-alvo são os servidores públicos da União (há cerca de 100 mil no estado), do Estado e dos municípios Fluminenses - sendo que, neste caso, há mais enfoque nos profissionais da capital (cidade do Rio), tendo em vista o alto número de funcionários, bem como a proximidade geográfica (a sede de O Dia é na capital). Não falamos sobre servidores de outros estados. Ressalto que, apesar de levar o nome "Coluna do Servidor", esse espaço também é muito visado nos gabinetes de governo e do Legislativo, sendo uma das leituras presentes no ambiente político. 

Como você enxerga o contato com o público-alvo da coluna e como é a forma que você se dirige a este público?

O contato é respeitoso, estabelecendo uma relação de confiança e ao mesmo tempo de profissionalismo. O objetivo do jornalista é cumprir o seu papel de atender às demandas da população - e, neste caso, dos servidores - e ser correto com a informação, sempre buscando a qualidade, a verdade e um material bem apurado. Dirijo-me de forma respeitosa, profissional e objetiva. Como estou na coluna desde o segundo semestre de 2016, muitos representantes das categorias já me conhecem, então o contato passa a ser quase que diário, por telefone ou por mensagens. Acontece muito de eles mesmos me procurarem para mandar as mensagens passando as informações sobre os problemas que estão enfrentando - por exemplo, quando há algum atraso de pagamento, desconto em folha indevido, etc.

Entende que a coluna tem um viés mais pró-servidor, ou procura manter uma postura mais isenta e informativa?

O objetivo da coluna é levar informações que são de interesse dos servidores, além de ser um meio para que a voz deles seja ouvida. Nesse entendimento, pode-se dizer que ela é pró-servidor. À frente desse espaço, assim como outros colegas, eu busco manter uma postura informativa, assumindo o compromisso com a informação correta, bem apurada e de qualidade, independentemente do assunto que está sendo tratado. Esses são os pilares principais.


Quais são os maiores desafios se tratando do jornalismo especializado?

Já fui repórter da área de Cidade, por exemplo, cobrindo o cotidiano do Rio de Janeiro. Ou seja, assunto não faltava. Já No jornalismo especializado, especificamente no tema "Servidor", posso dizer que há momentos em que as notícias não circulam tanto. E quando você tem que cobrir diariamente um assunto, não há como você ter alternativas. No entanto, não tem acontecido por conta do período que estamos vivendo, com muitos projetos de reformas (previdenciária e administrativa) sendo votados na Câmara do Rio, Alerj e Congresso.

No seu entendimento, quais são as maiores diferenças entre o jornalismo especializado e um mais generalista?


No especializado, você segue uma rotina de apurações, de protocolos, e naturalmente acaba construindo fontes que tratam daquele tema específico. O profissional se torna mais preparado sobre aquele tema. Muitos, inclusive, acabam fazendo pós-graduação no tema com o qual trabalho devido a esse conhecimento que adquiriu na prática. Assim acontece com colegas que cobrem macroeconomia por muito tempo, futebol, entre outros temas

Diante de tais respostas podemos dizer que a diferença entre um jornalismo especializado e um mais generalista é o estudo do tema e a forma como se portar diante do público alvo. Como informado pela entrevistada, quando se tem um contato maior com determinado assunto se acaba construindo fontes sobre, trazendo assim uma familiarização com determinada especialização.

Ao contrário do jornalismo generalizado, onde as buscas por informações e fontes podem ser infinitas; já quando se trata do especializado o foco fica mais segregado. Além disso, a frequência das notícias pode ser menor, pois em um dia pode acabar existindo muita coisa a se fazer enquanto em outro, poucas matérias podem surgir.

Por Thiago Chavantes

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